Criado pelo produtor rural Marcos Barbosa, o projeto Florestas Inteligentes se baseia numa ideia muito simples, que está trazendo resultados bastante significativos para a natureza e a comunidade da cidade de Tremembé, em SP: trata-se de um viveiro de mudas implantado na Penitenciária Edgar Magalhães Noronha, que, além de ajudar na recuperação da Mata Atlântica, contribui para a reinserção de seus presidiários no mercado de trabalho
Atualmente, cerca de 1.700 detentos cumprem pena em regime semiaberto na Pemano - Penitenciária Edgar Magalhães Noronha, localizada na cidade de Tremembé, no interior de São Paulo. Os presidiários têm direito a deixar o local, temporariamente, cinco vezes por ano, mas é na própria prisão que alguns deles estão vivendo seus dias de maior realização pessoal, graças ao projeto Florestas Inteligentes.
Criada, em 2010, pelo produtor rural Marcos Barbosa, a iniciativa convida 60 detentos - selecionados pelo critério de bom comportamento - a trabalhar em um viveiro de mudas nativas da Mata Atlântica, localizado dentro do próprio presídio, que atualmente conta com quase dois milhões de árvores, de cerca de 130 espécies diferentes.
Pelo trabalho, os presidiários recebem, mensalmente, um salário mínimo e mais 10% desse valor, que é enviado a uma poupança, cujo acesso será liberado após o cumprimento da detenção. Além disso, conquistam o direito de ter uma redução de pena de um dia, a cada três trabalhados no viveiro. Já as mudas cultivadas no local são vendidas para projetos de restauração da Mata Atlântica ou, ainda, de compensação ambiental e neutralização de emissões de carbono, contribuindo para a conservação do bioma.
"É gratificante ver que o projeto está ajudando a recuperar, de uma só vez, florestas e pessoas. O que mais posso querer? Me sinto realizado", disse Marcos Barbosa, durante debate promovido pelo projeto Estéreo Saci, do Instituto Itaú Cultural, que neste ano promoveu encontros sobre o tema "Lixo, Moda e Preconceito".
Na ocasião, o produtor rural ainda comentou que a maior recompensa do Florestas Inteligentes é assistir à reciclagem interna dos detentos. "Eles ficam esquecidos nas penitenciárias, são vistos como verdadeiros resíduos da sociedade e sentem o peso desse rótulo. Assistir à recuperação da autoestima desses homens, a partir do trabalho, é incrível. Para mim, é um tapa na cara daqueles que acham que os presos são vagabundos, porque não são! Atuando 29 anos como produtor rural, nunca vi pessoas com tanta vontade de trabalhar como eles. Falta oportunidade mesmo", destacou Barbosa.
Os resultados do projeto Florestas Inteligentes foram tão positivos que Barbosa fechou uma parceria com a Universidade Pública de Taubaté, que fica próxima à cidade de Tremembé, para oferecer cursos de capacitação profissional, com diploma, para os presos que cumprirem suas penas. Entre eles, estão cursos de jardinagem, restauro florestal e horticultura. "E também conseguimos que a prefeitura da cidade ofereça curso de alfabetização para os detentos, já que cerca de 50% deles não sabem ler e escrever", contou o produtor.
Atualmente, cerca de 1.700 detentos cumprem pena em regime semiaberto na Pemano - Penitenciária Edgar Magalhães Noronha, localizada na cidade de Tremembé, no interior de São Paulo. Os presidiários têm direito a deixar o local, temporariamente, cinco vezes por ano, mas é na própria prisão que alguns deles estão vivendo seus dias de maior realização pessoal, graças ao projeto Florestas Inteligentes.
Criada, em 2010, pelo produtor rural Marcos Barbosa, a iniciativa convida 60 detentos - selecionados pelo critério de bom comportamento - a trabalhar em um viveiro de mudas nativas da Mata Atlântica, localizado dentro do próprio presídio, que atualmente conta com quase dois milhões de árvores, de cerca de 130 espécies diferentes.
Pelo trabalho, os presidiários recebem, mensalmente, um salário mínimo e mais 10% desse valor, que é enviado a uma poupança, cujo acesso será liberado após o cumprimento da detenção. Além disso, conquistam o direito de ter uma redução de pena de um dia, a cada três trabalhados no viveiro. Já as mudas cultivadas no local são vendidas para projetos de restauração da Mata Atlântica ou, ainda, de compensação ambiental e neutralização de emissões de carbono, contribuindo para a conservação do bioma.
"É gratificante ver que o projeto está ajudando a recuperar, de uma só vez, florestas e pessoas. O que mais posso querer? Me sinto realizado", disse Marcos Barbosa, durante debate promovido pelo projeto Estéreo Saci, do Instituto Itaú Cultural, que neste ano promoveu encontros sobre o tema "Lixo, Moda e Preconceito".
Na ocasião, o produtor rural ainda comentou que a maior recompensa do Florestas Inteligentes é assistir à reciclagem interna dos detentos. "Eles ficam esquecidos nas penitenciárias, são vistos como verdadeiros resíduos da sociedade e sentem o peso desse rótulo. Assistir à recuperação da autoestima desses homens, a partir do trabalho, é incrível. Para mim, é um tapa na cara daqueles que acham que os presos são vagabundos, porque não são! Atuando 29 anos como produtor rural, nunca vi pessoas com tanta vontade de trabalhar como eles. Falta oportunidade mesmo", destacou Barbosa.
Os resultados do projeto Florestas Inteligentes foram tão positivos que Barbosa fechou uma parceria com a Universidade Pública de Taubaté, que fica próxima à cidade de Tremembé, para oferecer cursos de capacitação profissional, com diploma, para os presos que cumprirem suas penas. Entre eles, estão cursos de jardinagem, restauro florestal e horticultura. "E também conseguimos que a prefeitura da cidade ofereça curso de alfabetização para os detentos, já que cerca de 50% deles não sabem ler e escrever", contou o produtor.
OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO Para Marcos Barbosa, o projeto Florestas Inteligentes está revelando uma excelente oportunidade de negócio, que deve ser explorada pelos empresários, rumo ao desenvolvimento sustentável do país. "Os presídios brasileiros possuem mão de obra farta, que está ociosa, trazendo apenas custos para o Estado. Por que não aproveitá-la? Muitas empresas investem em restauração de florestas de eucalipto, por exemplo, para passar uma imagem de preocupadas com o meio ambiente. Essas matas são ocas por dentro, sem frutos ou pássaros. São ações furadas. Por que não investir em projetos como o Florestas Inteligentes, com resultados socioambientais realmente positivos?", questionou.
Ele ainda lembrou que a iniciativa pode ser reaplicada de inúmeras maneiras, preservando apenas a essência de mantar o homem e a floresta em pé. "Trabalhamos com a plantação de mudas em presídios, mas podem ser alimentos, plantas ornamentais, ervas medicinais e uma infinidade de outras práticas, que podem ser aplicadas em clínicas de reabilitação ou nas Fundações CASA, por exemplo. Ideias não faltam. Criamos um nova franquia ambiental", concluiu.
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